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Migrânea vestibular

A migrânea vestibular é uma condição otoneurológica caracterizada pela associação de sintomas vestibulares e enxaqueca. Embora seja uma doença menos conhecida, é uma das causas mais comuns de tontura de origem central. Sua caracterização combina sintomas de disfunção vestibular, como vertigem e desequilíbrio, com os sinais clássicos da enxaqueca, como cefaleia pulsátil, fotofobia e fonofobia.

O que é a migrânea vestibular?

A migrânea vestibular ocorre devido a alterações na atividade neuronal em regiões do cérebro que controlam o sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio e pela percepção de movimento. Essas alterações podem ser desencadeadas por fatores semelhantes àqueles que precipitam enxaquecas, como estresse, privacão de sono, alterações hormonais, alimentos específicos (como queijos envelhecidos e chocolate) e consumo excessivo de cafeína ou álcool.

Os episódios de migrânea vestibular podem durar de minutos a horas e são frequentemente acompanhados de sensações de vertigem rotatória, tontura não rotatória, desequilíbrio, náusea e sensibilidade ao movimento. Nem todos os episódios incluem dor de cabeça, o que pode dificultar o diagnóstico.

Diagnóstico

O diagnóstico da migrânea vestibular é essencialmente clínico e se baseia nos critérios estabelecidos pela Sociedade Internacional de Cefaleia (International Headache Society - IHS) em colaboração com a Sociedade Bárbara de Neurologia Vestibular (Bárány Society). Esses critérios incluem:

História de enxaqueca: O paciente deve ter um histórico compatível com enxaqueca (com ou sem aura).

Episódios de sintomas vestibulares: Pelo menos cinco episódios de intensidade moderada ou grave, com duração de 5 minutos a 72 horas.

Associação com sintomas de migrânea: Pelo menos 50% dos episódios devem estar associados a sintomas como cefaleia, fotofobia, fonofobia ou aura visual.

Ausência de outra condição vestibular: Deve-se excluir outras causas de tontura, como vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) e doença de Ménière.

Exames complementares, como audiometria, VHIT (video head impulse test), vectoeletronistagmografia e ressonância magnética, podem ser realizados para descartar outras patologias. O acompanhamento multidisciplinar com neurologistas, otorrinolaringologistas e fisioterapeutas vestibulares pode ser necessário.

Tratamento

O tratamento da migrânea vestibular combina estratégias farmacológicas e não farmacológicas:

Mudanças no estilo de vida:

Evitar fatores desencadeantes, como alimentos ou situações que possam precipitar os episódios.

Manter uma rotina regular de sono.

Praticar exercícios físicos regularmente, respeitando as limitações do paciente.

Terapias não farmacológicas:

Terapia cognitivo-comportamental para controle do estresse e da ansiedade.

Reabilitação vestibular, realizada por fisioterapeutas especializados, para melhorar o equilíbrio e reduzir a sensibilidade ao movimento.

Tratamento farmacológico:

Medicamentos preventivos, como betabloqueadores, bloqueadores de canais de cálcio, antidepressivos tricíclicos ou anticonvulsivantes.

Tratamento agudo dos episódios com analgésicos ou medicamentos específicos para enxaqueca, como triptanos, quando indicado.

Abordagem integrativa:

Acupuntura e técnicas de relaxamento podem ser complementares no manejo dos sintomas.

Suplementações nutricionais, como magnésio e vitamina B2 (riboflavina), podem ser recomendadas para pacientes com deficiências identificadas.

Conclusão

A migrânea vestibular é uma condição debilitante, mas tratável. O diagnóstico precoce e o manejo adequado podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Uma abordagem integrativa, que combine estratégias farmacológicas e não farmacológicas, é essencial para o sucesso do tratamento.

 

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